O que previnem:

Meningites e infecções generalizadas (doenças meningocócicas) causadas pela bactéria meningococo do tipo B.

Do que são feitas:

Existem hoje duas vacinas disponíveis. Ambas são inativadas, portanto, incapazes de causar infecção.

Bexsero®:  composta por quatro componentes (três proteínas subcapsulares e vesículas da membrana externa do meningococo B), além de hidróxido de alumínio, cloreto de sódio, histidina, sacarose e água para injeção.

Trumenba®: composta por duas proteínas subcapsulares das subfamílias A e B do meningococo B, além de cloreto de sódio, histidina, água para injetáveis, fosfato de alumínio, polisorbato 80.

Indicação:

Bexsero®:

  • Para crianças e adolescentes, conforme recomendações das sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e Imunizações (SBIm).
  • Para adultos com até 50 anos, dependendo de risco epidemiológico.
  • Para viajantes com destino às regiões onde há risco aumentado da doença.
  • Para pessoas de qualquer idade com doenças que aumentem o risco para a doença meningocócica.

Trumenba®:

  • Para adolescentes e adultos jovens de 10 a 25 anos, conforme recomendações das sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e Imunizações (SBIm).
  • Para viajantes dentro da faixa etária de licenciamento com destino às regiões onde há risco aumentado da doença.
  • Para pessoas entre 10 e 25 anos com doenças que aumentem o risco para a doença meningocócica.

Contraindicação:

Pessoas que tiveram anafilaxia após uso de algum componente da vacina ou após dose anterior.

Esquema de doses:

Bexsero®:

  • Para crianças, as sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm) recomendam o uso rotineiro de duas doses e um reforço da vacina meningocócica B: aos 3 e 5 meses de vida e entre os 12 e 15 meses. O esquema, no entanto, pode variar de acordo com a idade de aplicação da primeira dose (ver quadro abaixo):
Faixa etária de início da vacinaçãoNúmero de doses do esquema primárioIntervalo entre dosesReforço
2 a 5 meses Duas doses 2 meses Uma dose entre 12 e 15 meses, com um intervalo de pelo menos 6 meses entre a série primária e a dose de reforço
6 a 11 meses Duas doses 2 meses Uma dose no segundo ano de vida, com um intervalo de pelo menos 2 meses entre a série primária e a dose de reforço
12 a 23 meses Duas doses 2 meses Uma dose, com intervalo de 12 a 23 meses entre a série primária e a dose de reforço
2 a 10 anos Duas doses 1 a 2 meses Não foi estabelecida a necessidade de reforços
Adolescentes
Adultos
Pacientes com asplenia funcional ou anatômica; deficiência do complemento; em uso de eculizumab ou ravulizumab A depender da idade Uma dose de reforço deve ser aplicada um ano após o fim do esquema de doses básico para cada faixa etária. Além disso, revacinar a cada dois ou três anos.
  • Para adolescentes não vacinados anteriormente, a SBP e a SBIm recomendam duas doses com intervalo de um mês.
  • Para adultos com até 50 anos, em situações que justifiquem: duas doses com intervalo de um mês.
  • Grupos de alto risco, como pessoas vivendo com HIV, portadores de asplenia anatômica ou funcional, que tenham deficiência de complemento ou em uso de eculizumabe ou outros medicamentos biológicos que interferem na via do complemento: três anos após completar o esquema, tomar uma dose de reforço.

Trumenba®:

  • Para crianças e adolescentes saudáveis entre 10 e 25 anos: duas doses com intervalo mínimo de seis meses entre as doses.
  • Se a segunda dose for aplicada em intervalo menor que seis meses, uma terceira dose deve ser aplicada com intervalo mínimo de quatro meses em relação à segunda dose.
  • Para grupos de alto risco para doença meningocócica invasiva (DMI), os esquemas primários, assim como a necessidade de reforços, são diferentes.

Atenção: as vacinas não são intercambiáveis. Se, por qualquer motivo, for aplicado produto distinto do usado anteriormente para qualquer dose do esquema, prosseguir com a próxima dose programada da vacina inicialmente aplicada, com no mínimo de um mês de intervalo em relação à última dose.

Via de aplicação:

Intramuscular.

Cuidados antes, durante e após a vacinação:

  • A administração de paracetamol antes ou logo após a vacinação com a Bexsero® pode reduzir o risco de febre e não interfere na resposta imune à vacina.
  • Não são necessários outros cuidados especiais antes da vacinação.
  • Em caso de febre, deve-se adiar a vacinação até que ocorra a melhora.
  • Compressas frias aliviam a reação no local da aplicação.
  • Qualquer sintoma grave e/ou inesperado após a vacinação deve ser notificado ao serviço que a realizou.
  • Sintomas de eventos adversos persistentes, que se prolongam por mais de 24 a 72 horas (dependendo do sintoma), devem ser investigados para verificação de outras causas.
  • Evitar aplicação simultânea da vacina Bexsero® com as vacinas tríplice bacteriana, pneumocócica conjugada, Haemophilus influenzae tipo b, poliomielite e hepatite B, para reduzir chance de febre alta após a vacinação.
  • A Trumenba® pode ser aplicada simultaneamente com as vacinas dTpa, dTpa-VIP e HPV.
  • Ambas as vacinas podem ser aplicadas no mesmo momento em que as vacinas meningocócicas ACWY ou C.

Efeitos e eventos adversos:

Bexsero®:

  • Em crianças menores de 2 anos, febre alta com duração de 24 a 28 horas pode ocorrer em mais de 10% dos vacinados. Quando a vacina é aplicada junto com a tríplice bacteriana acelular, pneumocócica conjugada, Haemophilus influenzae tipo b, poliomielite e hepatite B, esse percentual aumenta para 69% a 79%. Por isso é preferível não aplicá-las no mesmo dia.
  • Em crianças até 10 anos, em mais de 10% dos vacinados acontecem: perda de apetite; sonolência; choro persistente; irritabilidade; diarreia; vômitos; erupções na pele; sensibilidade no local da aplicação e ao movimentar o membro onde foi aplicada a vacina; reações locais (dor, calor, vermelhidão, inchaço). Em 0,01% a 0,1% ocorrem urticária e outras reações alérgicas. Até o momento não foi observada anafilaxia.
  • Em mais de 10% dos vacinados com mais de 11 anos ocorre cefaleia; náuseas; dor nos músculos e articulações; mal-estar e reações locais, como inchaço, endurecimento, vermelhidão e dor. A dor pode ser muito intensa, atrapalhando a realização das atividades cotidianas. Não é conhecido o risco para anafilaxia, e reações alérgicas graves não foram verificadas durante os estudos com a vacina.

Trumenba®:

  • Podem ocorrer (mais de 10% dos vacinados) febre, cefaleia, diarreia, náuseas e vômitos, mialgia e artralgia, cansaço, calafrios e dor, edema e vermelhidão no local da aplicação. Geralmente, são quadros de intensidade leve a moderada e transitórios.

Onde pode ser encontrada:

Nos serviços privados de vacinação.

Saiba mais:

Perguntas e respostas sobre meningites

O que previnem:

A vacina pneumocócica conjugada 10-valente (VPC10) previne cerca de 70% das doenças graves (pneumonia, meningite, otite) em crianças, causadas por dez sorotipos de pneumococos.

A vacina pneumocócica conjugada 13-valente (VPC13) previne cerca de 90% das doenças graves (pneumonia, meningite, otite) em crianças, causadas por 13 sorotipos de pneumococos.

A vacina pneumocócica conjugada 15-valente (VPC15) acrescenta mais dois sorotipos aos 13 já existentes na VPC13. Hoje, no Brasil, de acordo com nossos dados de vigilância de sorotipos pneumocócicos circulantes, a inclusão destes sorotipos aumenta a prevenção em cerca de 1%, comparando com a vacina VPC13.

Do que são feitas:

São vacinas inativadas, portanto não têm como causar as doenças.

A VPC10 é composta de dez sorotipos de Streptococcus pneumoniae (pneumococo), oito deles conjugados com a proteína D do Haemophilus influenzae tipo b, um com o toxoide tetânico e outro com toxoide diftérico. Contém também cloreto de sódio, fosfato de alumínio e água para injeção.

A VPC13 é composta de 13 sorotipos de Streptococcus pneumoniae (pneumococo) conjugados com a proteína CRM197. Contém também sais de alumínio, cloreto de sódio, ácido succínico, polissorbato 80 e água para injeção.

A VPC15 é composta de 15 sorotipos de Streptococcus pneumoniae (pneumococo) conjugados com a proteína CRM197. Contém também cloreto de sódio, L-histidina, polissorbato 20, água para injetáveis e alumínio (como adjuvante fosfato de alumínio).

Indicações:

  • Para crianças a partir de 2 meses e menores de 6 anos de idade, é recomendada a vacinação rotineira. No PNI, a vacina recomendada é a VPC10. A SBIm recomenda preferencialmente as vacinas VPC13 ou VPC15 na rotina de vacinação devido à maior proteção oferecida, incluindo contra os sorotipos que mais causam doença pneumocócica no Brasil atualmente.
  • Para crianças a partir de 2 anos, adolescentes e adultos portadores de certas doenças crônicas, recomenda-se esquema sequencial com as vacinas conjugadas (VPC10, VPC13/VPC15) e polissacarídica (VPP23).
  • Para maiores de 50 anos e, sobretudo, para maiores de 60, recomenda-se, como rotina, esquema sequencial de com as vacinas VPC13 ou VPC15 e VPP23.

Contraindicação:

Crianças que apresentaram anafilaxia após usar algum componente das vacinas ou após dose anterior das vacinas.

Esquemas de doses:

VPC10

É a vacina disponível nas UBS, integrada no calendário infantil do Ministério da Saúde.

  • O Programa Nacional de Vacinação adota esquema de três doses na rotina de vacinação infantil: duas doses de VPC10 no primeiro ano de vida, com intervalo mínimo de 2 meses, e uma dose de reforço aos 12 meses de idade. A vacina está disponível nos postos de saúde para crianças de até 4 anos, 11 meses e 29 dias não vacinadas ou que precisam atualizar o calendário.
  • Crianças menores de 6 anos que iniciaram ou completaram o esquema de vacinação com a VPC10 serão beneficiadas caso recebam a VPC13 ou a VPC15. O intervalo mínimo após a administração da VPC10 é de 1 mês (ou 4 semanas). O esquema e o número de doses da VPC13 ou da VPC15 dependem da idade da criança no momento da administração da primeira dose:
    • Entre 2 e 6 meses: três doses no primeiro ano de vida e reforço entre 12 e 15 meses de idade.
    • Entre 7 e 11 meses: duas doses no primeiro ano de vida e reforço entre 12 e 15 meses de idade.
    • Entre 12 e 24 meses: duas doses com intervalo de dois meses.
    • Entre 2 e 5 anos de idade:
      • Uma dose.
      • Para crianças com doenças crônicas que aumentam a vulnerabilidade a infecções pneumocócicas, pode ser necessário complementar a vacinação com a vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23).

VPC13 ou VPC15

  • As sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm) recomendam o uso preferencial das vacinas VPC13 ou VPC15 (sem preferência entre elas) sempre que possível. A incidência dos sorotipos adicionais, especialmente o 3 e o 19A —associados a doença invasiva e resistência a antibióticos e responsáveis, hoje, pela maior parte das doenças pneumocócicas graves no Brasil — têm aumentado no mundo todo.
  • Na rotina, o esquema deve ser iniciado aos 2 meses de idade, com três doses (aos 2, 4 e 6 meses) e um reforço entre 12 e 15 meses.
  • Em caso de atraso, o esquema dependerá da idade da criança no momento em que a primeira dose de VPC13 ou VPC15 for aplicada:
    • Até 6 meses: três doses no primeiro ano de vida e reforço entre 12 e 15 meses de idade (esquema 3 + 1).
    • Entre 7 e 11 meses: duas doses no primeiro ano de vida e reforço entre 12 e 15 meses de idade (esquema 2 + 1).
    • Entre 12 e 24 meses: duas doses com intervalo de dois meses (esquema 1 + 1).
    • A partir de 24 meses: dose única.
  • Para crianças a partir de 6 anos, adolescentes e adultos com doenças crônicas que aumentam o risco para doença pneumocócica invasiva ainda não vacinados: dose única de VPC13 ou VPC15, complementando a vacinação com a vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23). Clique para saber mais.
  • A partir de 60 anos, a VPC13 ou a VPC15 são recomendadas de rotina, em esquema sequencial com a vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23): uma dose de VPC13 ou VPC15, uma dose de VPP23 com intervalo de 6 a 12 meses, e outra dose de VPP23 a partir de cinco anos após a anterior.
  • Intercambialidade: A intercambialidade entre a VPC13 e a VPC15 foi avaliada por ensaio clínico que comparou a quantidade de anticorpos estimulada por esquemas completos de VPC13 e de VPC15 com as estimuladas por esquemas com todas as possibilidades de intercâmbio: três doses de VPC13 e uma de VPC15, duas doses de VPC13 e duas de VPC15 ou uma dose de VPC13 e três de VPC15.

O trabalho concluiu que a concentração de anticorpos específicos após a dose de reforço em todos os esquemas mistos analisados foi adequada e equivalente à verificada com os esquemas completos de VPC13 e de VPC15. A intercambialidade é, portanto, respaldada cientificamente em qualquer ponto do esquema vacinal iniciado com a VPC13.

Entretanto, no caso de intercambialidade com VPC10, para proteção adequada contra os principais sorotipos responsáveis por doença grave (19A e 3), deve ser adotado o esquema completo recomendado para a idade em que a primeira dose de VPC13 ou VPC15 for aplicada.

Via de aplicação:

Para qualquer das três vacinas, a via de aplicação é intramuscular.

Efeitos e eventos adversos:

  • VPC10 – Dor, inchaço e vermelhidão são relatados por 38,3% dos vacinados. Entre os sintomas gerais, irritabilidade é o mais comum (52,3%). Em mais de 10% ocorre sonolência, perda de apetite e febre. Entre 0,1% e 0,01% dos vacinados (crianças com até 5 anos) apresentam dificuldade respiratória, diarreia, vômitos, choro persistente. Erupções na pele e convulsões ocorrem em menos de 0,01% dos vacinados.
  • VPC13 – Em mais de 10% das crianças vacinadas ocorre: diminuição do apetite, irritabilidade, sonolência ou sono inquieto, febre e reações no local da aplicação (dor, vermelhidão, inchaço ou endurecimento). Pode haver, ainda, diarreia, vômitos, erupção cutânea, febre acima de 39°C. Até 1% dos vacinados apresentam por choro persistente, convulsões, urticária, reação local intensa. Raramente (entre 0,01% e 0,1%) ocorrem: episódio hipotônico-hiporresponsivo (EHH) e anafilaxia. Entre adultos, mais de 10% podem apresentar diminuição do apetite, dor de cabeça, diarreia, erupção cutânea, dor nas articulações, dor muscular, calafrios, cansaço e reações locais (endurecimento, inchaço, dor, limitação do movimento do braço); em até 10% ocorrem vômitos e febre e menos de 1% dos vacinados relatam náusea, alergia grave, gânglios no braço vacinado.
  • VPC15 – As reações adversas mais frequentemente relatadas após cada dose de VPC15 são irritabilidade, febre ≥38°C, sonolência, dor, edema, endurecimento e eritema no local da injeção, diminuição do apetite, irritabilidade. A maioria das reações adversas solicitadas é leve a moderada e de curta duração (≤3 dias). Reações graves ocorreram em até 1,5% dos vacinados (crianças e adultos), mesmo naqueles com condições especiais de saúde. Entre adultos, pode haver dor, eritema e inchaço no local da injeção, fadiga, cefaleia, artralgia mialgia e artralgia também leves e de curta duração (≤ 3 dias).

Cuidados antes, durante e após a vacinação:

  • Não são necessários cuidados especiais antes da vacinação.
  • Em caso de febre, deve-se adiar a vacinação até que ocorra a melhora.
  • Compressas frias aliviam a reação no local da aplicação.
  • Recomenda-se evitar o uso profilático (sem a ocorrência de febre) de antitérmicos e anti-inflamatórios antes e nas 24 horas que seguem a vacinação.
  • Qualquer sintoma grave e/ou inesperado após a vacinação deve ser notificado ao serviço que a realizou.
  • Sintomas de eventos adversos graves ou persistentes, que se prolongam por mais de 24 a 72 horas (dependendo do sintoma), devem ser investigados para verificação de outras causas.

Onde podem ser encontradas:

Saiba mais:

O que previne:

Poliomielite (paralisia infantil).

Do que é feita:

Vacina Oral Poliomielite (VOP) – É uma vacina oral atenuada bivalente, ou seja, composta pelos vírus da pólio tipos 1 e 3, vivos, mas “enfraquecidos”. Contém ainda cloreto de magnésio, estreptomicina, eritromicina, polissorbato 80, L-arginina e água destilada.

Vacina Inativada Poliomielite (VIP) – Por ser inativada, não tem como causar a doença. É uma vacina trivalente e injetável, composta por partículas dos vírus da pólio tipos 1, 2 e 3. Contém ainda 2-fenoxietanol, polissorbato 80, formaldeído, meio Hanks 199, ácido clorídrico ou hidróxido de sódio. Pode conter traços de neomicina, estreptomicina e polimixina B, utilizados durante a produção.

Indicação:

  • Devido à erradicação da poliomielite em diversas regiões do mundo e também para evitar a paralisia que pode ser causada pelo vírus contido na vacina oral (VOP), a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que países como o Brasil, de baixo risco para o desenvolvimento da doença, passem a utilizar a vacina inativada (VIP), sempre que possível.
  • Desde 2016, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) adota a vacina VIP nas três primeiras doses do primeiro ano de vida (aos 2, 4 e 6 meses de idade) e a VOP no reforço e campanhas anuais de vacinação.
  • A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) orienta que a VIP seja a vacina de preferência na administração de todas as doses.
  • A vacina poliomielite é indicada de rotina para todas as crianças menores de 5 anos.
  • Para viajantes adolescentes e adultos com destino a países onde a doença é endêmica, como o Paquistão e o Afeganistão, ou a locais onde há risco de transmissão e registro de casos de poliomielite causada pelo vírus vacinal.

Contraindicação:

  • VOP
    • Gestantes;
    • Pessoas que sofreram anafilaxia após o uso de componentes da fórmula da vacina (em especial os antibióticos neomicina, polimixina e estreptomicina);
    • Pessoas que desenvolveram a pólio vacinal após dose anterior;
    • Pessoas com deficiência do sistema imunológico causada por doença ou medicamentos, pessoas que vivem com o vírus HIV, e todos os que convivem com esses grupos.
  • VIP – A história de reação alérgica grave (anafilaxia) à dose anterior da vacina, ou a algum de seus componentes, contraindica doses futuras.

Esquemas de doses:

  • A imunização contra a poliomielite deve ser iniciada a partir dos 2 meses de vida, com mais duas doses aos 4 e 6 meses, além dos reforços entre 15 e 18 meses e aos 5 anos de idade.
  • VIP – Na rotina de vacinação infantil: aos 2, 4 e 6 meses, com reforços entre 15 e 18 meses e entre 4 e 5 anos de idade. Na rede pública as doses, a partir de um ano de idade, são feitas com VOP.
  • VOP – Na rotina de vacinação infantil nas Unidades Básicas de Saúde, é aplicada nas doses de reforço dos 15 meses e dos 4 anos de idade e em campanhas de vacinação para crianças de 1 a 4 anos.

Via de aplicação:

  • VOP – Oral.
  • VIP – Intramuscular.

Cuidados antes, durante e após a vacinação:

  • Para ambas as vacinas
    • Em crianças com febre moderada a alta (acima de 38ºC), a vacinação deve ser adiada até que o quadro clínico melhore.
    • Qualquer sintoma grave e/ou inesperado após a vacinação deve ser notificado ao serviço que a realizou.
    • Sintomas de eventos adversos graves ou persistentes devem ser investigados para verificação de outras causas.
  • VOP
    • Diarreia e vômitos leves não contraindicam a vacinação, mas recomenda-se adiá-la ou repetir a dose após quatro semanas.
    • É aconselhável interromper a amamentação por uma hora antes e depois da administração da vacina — se o bebê golfar ou vomitar, não é preciso repetir a dose.

Nota: A VOP não deve ser administrada em bebês que se encontram hospitalizados. Também não deve ser administrada em crianças que convivem com imunodeprimidos.

Efeitos e eventos adversos:

  • VOP – Por conter vírus vivos, ainda que “enfraquecidos”, a VOP pode causar alguns eventos indesejáveis:
    • Poliomielite associada à vacina (VAPP): Ocorre quando o vírus da vacina consegue causar poliomielite na pessoa vacinada ou em quem convive com ela. Isso pode acontecer de quatro a 40 dias após a vacinação. A taxa de registros é de um caso para cada 3,2 milhões de doses aplicadas. Esse risco é muito maior (quase o dobro) quando da aplicação da primeira dose. Para quem tem comprometimento do sistema imunológico, o risco é cerca de 3.200 vezes maior. No Brasil, entre 1989 e 2011, foram registrados 46 casos de VAPP, todos em crianças (um caso para cada 1,6 milhão de doses aplicadas). Os sintomas começam com febre, dificuldade de movimentação, dor e fraqueza dos músculos, principalmente das pernas, mas pode atingir os músculos usados na respiração. Depois de alguns dias, a dor desaparece, melhora a dificuldade de movimentação, mas os músculos começam a atrofiar e a amolecer.
    • Meningite asséptica e encefalite: Apesar de muito rara, é um risco maior para crianças imunodeficientes. Trata-se de uma inflamação do cérebro ou das membranas que o protegem. Podem acontecer sintomas que afetam a consciência (alucinações, mudanças de personalidade, agitação, sonolência, torpor e coma), sintomas que refletem as áreas afetadas do cérebro, em geral relacionados com a orientação espacial ou a sensibilidade (perda localizada de movimento em determinada parte do corpo, falta de coordenação motora, movimentos involuntários, sensações estranhas ou perda de sensações em partes do corpo) e sintomas de irritação do cérebro (crises convulsivas).
    • Reações de alergia: São raras e se devem aos componentes da vacina. Podem acontecer urticária e erupções na pele com coceira, mas não contraindicam doses subsequentes.
    • Poliomielite por vírus derivado da vacina (VDPV): Acontece por uma instabilidade genética do vírus da vacina ou pela combinação do material genético do vírus vacinal com outros vírus que vivem no intestino, propiciando o surgimento de vírus mutantes capazes de causar poliomielite e de serem transmitidos para outras pessoas. Até o final de 2013, nenhum VDPV foi identificado no Brasil.
  • VIP – Com a apresentação inativada pode ocorrer eritema discreto no local da aplicação (em menos de 3% dos vacinados), endurecimento (em menos de 12%), e dor geralmente leve (em menos de 30% dos vacinados). A febre é rara, ocorre em menos de 10% dos vacinados. A anafilaxia também, com risco adicional para pessoas que têm alergia grave aos antibióticos da fórmula (estreptomicina, neomicina e polimixina B).

Nas apresentações combinadas com outras vacinas, os eventos adversos possíveis também se relacionam às outras vacinas que estão combinadas (ver DTPa-Hib-VIP, DTPa-Hib-VIP-HB e dTpa-VIP).

Onde pode ser encontrada:

  • VIP – A apresentação isolada está disponível nas Unidades Básicas de Saúde para as três primeiras doses do esquema infantil de rotina. As demais doses para a prevenção da poliomielite são feitas com a vacina VOP.
    • Nos serviços privados de vacinação, está disponível apenas em apresentações combinadas com outras vacinas: DTPa-VIP/Hib e DTPa-VIP-HB/Hib (para crianças com menos de 7 anos) e dTpa-VIP (para crianças a partir de 3 anos, adolescentes e adultos).
    • Nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), a apresentação isolada está disponível para crianças e adultos imunodeprimidos ou contactantes de imunodeprimidos e para pessoas em situações que contraindicam a utilização da vacina VOP.
  • VOP – Nas Unidades Básicas de Saúde, para as doses de reforço e nas campanhas de vacinação.

Resultados da vacinação no mundo:

Cobertura vacinal mundial e número de casos reportados de poliomielite - 1980-2017

Resultados da vacinação no Brasil:

poliomielite: incidência x cobertura no Brasil 1968 - 2017