Via de regra, a carga viral detectável cai progressivamente após o início da doença, o que leva a uma redução da capacidade de isolar vírus vivos. Embora em pacientes com Covid-19 grave — em geral imunocomprometidos — já tenha sido documentada a presença de vírus vivos de 10 a 20 dias depois do início dos sintomas, os esforços para isolá-los em amostras do trato respiratório superior colhidas 10 dias após o início dos sintomas não são bem-sucedidos na maioria das vezes.

Além disso, a cultura viral do SARS-CoV-2 exige tecnologia complexa, deve ser conduzida em laboratórios de nível de biossegurança muito elevado e demandam bastante tempo. O exame, portanto, não é adequado na rotina prática e para orientar o manejo de pessoas infectadas.

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Até o momento, a única conclusão a que a presença de IgG/IgM contra a Covid-19 no organismo permite chegar é a de que houve contato prévio com o vírus. Ainda não se sabe o nível de anticorpos necessário para evitar a doença, se os anticorpos desenvolvidos em resposta à infecção por SARS-CoV-2 são neutralizantes, se impedem a transmissão ou por quanto tempo vão durar.

Por esses motivos, o resultado dos testes não permite descartar a vacinação e as demais medidas preventivas nem aferir a resposta vacinal (saiba mais).

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Com base na experiência com outros vírus, é improvável que pessoas com concentrações detectáveis e baixas de RNA viral após a recuperação clínica tenham vírus viáveis no organismo, ou seja, capazes de causar a doença. Ainda não foi definitivamente estabelecido se isso é válido para o SARS-CoV-2, mas não há evidências de que pessoas clinicamente recuperadas com resultado positivo persistente tenham transmitido o vírus.

O entendimento atual é o de que o isolamento domiciliar e as demais precauções podem ser interrompidos de 10 a 14 dias após o início dos sintomas, desde que haja melhora dos sintomas e ausência de febre por pelo menos 24 horas.

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Não. Grande parte dos pacientes recuperados não terão mais o RNA do SARS-CoV-2 detectável, mas em algumas pessoas o material genético pode ser identificado de forma persistente. Além disso, há registros de indivíduos que voltaram a testar positivo, sem evidência de nova infecção, após terem feito dois exames consecutivos com resultado negativo.

Estudos que investigaram por quanto tempo o RNA do SARS-CoV-2 pode ser detectado demonstraram que o período pode ser de algumas semanas. Isso, no entanto, não significa que há presença de vírus viável (capaz de causar a doença).

Uma vez que não é possível chegar a conclusões a partir dos resultados, não há recomendação para realizar os testes com este objetivo.

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Não.  É possível haver infecção pelo SARS-CoV-2 e outro vírus ao mesmo tempo.

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Os testes sorológicos não são recomendados para esse fim porque não permitem uma conclusão inequívoca sobre a resposta à vacina. Isso ocorre por alguns motivos:

  • Não se sabe o nível de anticorpos necessários (correlato de proteção) para prevenir a Covid-19, portanto o resultado positivo não significa necessariamente que a pessoa está protegida.
  • O resultado negativo pode refletir a baixa sensibilidade do exame (falso negativo). Pessoas protegidas pela vacina podem testar negativo.
  • As vacinas contra Covid-19 têm como alvo a produção de anticorpos contra a proteína S do SARS-CoV-2, responsável pela ligação com nossas células e a consequente infecção – esses anticorpos é que seriam os marcadores de proteção a serem investigados. Os testes atuais podem verificar tanto o nível desses anticorpos quanto de anticorpos contra outro componente do vírus, a proteína do nucleocapsídeo (N). Como nem sempre essa informação consta no laudo, pode haver equívocos de interpretação.
  • Mesmo que o resultado seja positivo para anticorpos contra a proteína S, pode não ser possível distinguir se foi resposta imunológica pela vacina ou se foi fruto de infecção prévia pelo vírus.
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Da mesma forma que não há recomendação para sorologia após a vacinação, a pesquisa viral (RT-PCR) ou a sorológica para verificação de infecção anterior não são recomendadas com o propósito de tomada de decisão sobre a vacinação.

Os dados disponíveis indicam que as vacinas são seguras em pessoas previamente acometidas pela Covid-19. Também é possível, embora ainda não tenha sido cientificamente estabelecido, que a vacinação possa conferir proteção adicional a esses indivíduos.

Na medida em que a vacinação de pessoas com infecção prévia é segura e pode até trazer benefício extra, não existe motivo para solicitar exames antes da vacinação. A vacinação deve ser oferecida independentemente da história de infecção anterior por SARS-CoV-2, sintomática ou assintomática.

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