Gestantes imunodeprimidas devem ser vacinadas conforme os esquemas da faixa etária indicados para imunodeprimidos em geral, com uma única diferença: apenas as vacinas Pfizer e CoronaVac devem ser utilizadas.
Quais são os esquemas de doses para imunodeprimidos?
As recomendações de vacinação de imunodeprimidos são atualizadas com relativa frequência. Para informações atualizadas, acesse as notas técnicas publicadas pelo Ministério da Saúde (aqui) ou o tópico “Vacinas em uso no Brasil”.
Pacientes com histórico de miocardite ou pericardite tem contraindicação ou precaução para a vacinação com vacina de mRNA?
Se o episódio não tiver relação com a vacina: podem receber qualquer vacina Covid-19 atualmente disponível, desde que sob orientação médica e que o episódio de miocardite ou pericardite esteja completamente resolvido. Ou seja, sem sintomas e sem evidências de inflamação ou sequelas cardíaca.
Se o episódio tiver relação com a vacina: a segunda dose deve ser adiada até que dados de segurança adicionais estejam disponíveis. A decisão, ainda assim, deve ser debatida com a equipe médica assistente.
Há precaução ou contraindicação para a vacinação de pessoas que se recuperaram da Síndrome Inflamatória Multissistêmica pós-Covid-19?
Atualmente, não há dados sobre a segurança e eficácia das vacinas Covid-19 em pessoas com este histórico. Os mecanismos da Síndrome não são bem compreendidos, mas incluem uma resposta imune desregulada à infecção por SARS-CoV-2.
A decisão sobre a vacinação e quanto tempo aguardar após a recuperação da síndrome deve ser tomada em conjunta pelo médico e o paciente, considerando os benefícios da vacinação e o risco de infecção pelo SARS-CoV-2.
Por que é preciso intervalo para vacinação após uso de anticorpos monoclonais ou plasma convalescente para o tratamento da Covid-19?
Porque não sabemos se as terapias com anticorpos passivos contra Covid-19, incluindo anticorpos monoclonais e plasma convalescente, podem reduzir a eficácia da vacinação com vacinas Covid-19. Como precaução, recomenda-se aguardar ao menos 90 dias após essas terapias para iniciar vacinação. Pessoas que tiveram Covid-19 após a primeira dose da vacina e foram submetidas a terapia passiva com anticorpos também devem esperar 90 dias antes de receber a segunda dose. Não é preciso recomeçar o esquema.
No caso de terapias com anticorpos não específicos para o tratamento com Covid-19 (por exemplo, imunoglobulina intravenosa e anti-Rh), é improvável haver prejuízo substancial à resposta vacinal. Por esse motivo, não há necessidade de intervalo.
Por que imunossuprimidos têm esquema diferente do restante da população?
Com base na resposta imunológica e proteção clínica reduzidas observadas em estudos com grupos diferentes de pessoas imunossuprimidas, além do maior risco de covid-19 grave, foi estabelecida a necessidade de uma dose adicional no esquema primário e um reforço. A alteração no esquema não mudou o perfil de segurança de vacina, que se manteve satisfatório.
É importante ressaltar que a possibilidade de resposta imunológica reduzida permanece mesmo com esses esquemas específicos. Por isso, as demais medidas de prevenção, como uso de máscara e evitar aglomerações, devem ser mantidas para limitar o risco de exposição ao vírus.
As vacinas podem ser aplicadas em gestantes e puérperas? É preciso fazer um teste de gravidez antes de vacinar?
Grávidas e puérperas (até 45 dias após o parto) são mais vulneráveis a desenvolver formas graves de Covid-19 e complicações obstétricas, tais como parto prematuro, óbito fetal, abortamento, entre outros. Por esse motivo, O Programa Nacional de Imunizações (PNI) incluiu os grupos como prioritários. As vacinas recomendadas pelo Ministério da Saúde no momento são as da Pfizer (Cominarty) ou do Instituto Butantan/Sinovac (CoronaVac).
O teste de gravidez não deve ser um pré-requisito para a administração das vacinas nas mulheres com potencial para engravidar e que se encontram em um dos grupos prioritários para vacinação.
Atenção: Diante da ocorrência de um evento adverso grave com provável associação causal com a vacina AstraZeneca/Fiocruz em uma gestante, optou-se pela interrupção temporária da vacinação das gestantes e puérperas com vacinas de vetor viral (AstraZeneca/Fiocruz e Janssen).
O Ministério da Saúde atualiza suas recomendações para esta e outras situações por meio de “Informes Técnicos” divulgados periodicamente (acesse).
Como as gestantes e puérperas que tomaram uma dose da vacina AstraZeneca/Fiocruz ou a vacina da Janssen podem completar a vacinação?
Para gestantes ou mulheres que estejam no puerpério (até 45 dias pós-parto) na data da segunda dose deverá ser ofertada, preferencialmente, a vacina Pfizer. Caso não esteja disponível, a vacina Coronavac é uma opção. O(A) médico(a) que as acompanha deve orientá-las sobre as limitações dos dados existentes e o perfil de risco benefício.