Vacinação de candidatos a transplante ou transplantados de órgãos sólidos

Por que o cuidado especial?

Muitos brasileiros são submetidos a transplantes de órgãos sólidos (TOS) todos os anos. Indivíduos que já passaram pelo procedimento ou são candidatos têm mais risco de adoecimento e morte por infecções do que o restante da população. Entre essas infecções, podemos destacar a doença pneumocócica invasiva (pneumonia, infecção generalizada e meningite), a influenza (gripe), bem como a catapora e o herpes-zóster, causadas pelo vírus varicela-zóster.

Manter atualizada a vacinação dessas pessoas, dos doadores, contatos domiciliares e da equipe que irá atendê-las é essencial, especialmente no período pós-transplante, quando medicamentos imunodepressores são usados para evitar que o organismo rejeite o órgão recebido. Isso porque, se por um lado aumentam a segurança da cirurgia, essas drogas tornam os pacientes mais propensos a desenvolver infecções graves por vírus e bactérias.

Diversos fatores são levados em conta para definir quais vacinas serão usadas e o intervalo entre as doses: doença que levou ao transplante, idade, tipo, tempo de uso e dosagem das drogas utilizadas, imunidade do doador, tempo após o transplante e a ocorrência ou não de rejeição, também chamada de DECH (doença do enxerto contra o hospedeiro).

As recomendações também podem variar de acordo com o momento – antes ou depois do transplante. Situações que podem contraindicar ou diminuir a proteção conferida pelas vacinas também devem ser avaliadas com critério pelo(a) médico(a).

Particularidades para a vacinação

Vacinas especialmente recomendadas

Influenza (gripe)

A vacina influenza quadrivalente (4V) é preferível à vacina influenza trivalente (3V) por proteger contra mais tipos do vírus responsável pela doença. Na impossibilidade de uso da vacina 4V, utilizar a 3V.

Esquema de doses

Onde se vacinar

Vacinas pneumocócicas conjugadas (VPC10 e VPC13) e polissacarídica (VPP23)

Para a proteção adequada de transplantados de órgãos sólidos (TOS) ou candidatos a transplante, recomenda-se o esquema com dois tipos de vacinas pneumocócicas, complementares e não excludentes: iniciando preferencialmente com uma vacina conjugada (VPC10 ou VPC13), seguida da vacina polissacarídica (VPP23).

A SBIm recomenda o uso preferencial da VPC13 para ampliar a proteção para três sorotipos adicionais, principalmente em pessoas de alto risco para doença pneumocócica invasiva, como transplantados de órgãos sólidos (TOS) ou candidatos a transplante. Nas UBS e nos CRIE, a VPC10 é a vacina utilizada na rotina para crianças menores de 5 anos de idade, incluindo aquelas com comorbidades associadas à imunodepressão. Nos CRIE, a vacina VPC13 está disponível para crianças transplantadas não vacinadas anteriormente.

A VPP23 está recomendada somente a partir dos 2 anos de idade, sempre em esquema complementar com as vacinas VPC10 ou VPC13.

Esquema de doses

O esquema depende da idade de início da vacinação:

Nas UBS e nos CRIE

Recomendações SBIm

A SBIm recomenda para transplantados de órgãos sólidos e candidatos a vacinação com VPC13 em todas as faixas etárias, mesmo para os que estão em dia com o calendário da VPC10. O número de doses e o intervalo variam de acordo com a idade no início da vacinação:

Para mais informações, acesse os Calendários de vacinação SBIm – Pacientes Especiais (aqui) e o Manual dos CRIE (aqui).

Onde se vacinar

Acesse aqui a lista com os endereços e telefones dos CRIE. Caso não exista um na sua cidade, compareça à UBS mais próxima. Os profissionais poderão solicitar ao CRIE do estado ou região o envio da vacina.

Haemophilus influenzae b (Hib)

A vacinação contra o Hib faz parte da rotina da população em geral somente para menores de 5 anos de idade, pois a chance de infecção a partir desta faixa-etária passa a ser baixa. No entanto, no caso de pessoas transplantadas de órgãos sólidos, o risco permanece.

Esquema de doses

Esquema depende da idade de início da vacinação.

Para mais informações, acesse os Calendários de vacinação SBIm – Pacientes Especiais (aqui) e o Manual dos CRIE (aqui).

Onde se vacinar

Acesse aqui a lista com os endereços e telefones dos CRIE. Caso não exista um na sua cidade, compareça à UBS mais próxima. Os profissionais poderão solicitar ao CRIE do estado ou região o envio da vacina.

Meningocócicas conjugadas (MenC ou ACWY)

Sempre que possível, usar a vacina meningocócica conjugada ACWY, que oferece proteção contra mais tipos de meningococos.

Esquema de doses

O esquema depende da idade de início da vacinação.

Para mais informações, acesse os Calendários de vacinação SBIm – Pacientes Especiais (aqui) e o Manual dos CRIE (aqui).

Onde se vacinar

MenC

MenACWY

Acesse aqui a lista com os endereços e telefones dos CRIE. Caso não exista um na sua cidade, compareça à UBS mais próxima. Os profissionais poderão solicitar ao CRIE do estado ou região o envio da vacina.

Meningocócica B

Existem duas vacinas contra meningococos do sorogrupo B. Uma licenciada para pessoas de 2 meses a 50 anos de idade e outra para pessoas entre 10 e 25 anos de idade.

Esquema de doses

Para mais informações, acesse os Calendários de vacinação SBIm – Pacientes Especiais (aqui) e o Manual dos CRIE (aqui).

Onde se vacinar

Hepatite A

Esquema de doses

Para mais informações, acesse os Calendários de vacinação SBIm – Pacientes Especiais (aqui) e o Manual dos CRIE (aqui).

Onde se vacinar

Acesse aqui a lista com os endereços e telefones dos CRIE. Caso não exista um na sua cidade, compareça à UBS mais próxima. Os profissionais poderão solicitar ao CRIE do estado ou região o envio da vacina.

Hepatite B

Esquema de doses

Para mais informações, acesse os Calendários de vacinação SBIm – Pacientes Especiais (aqui) e o Manual dos CRIE (aqui).

Onde se vacinar

Acesse aqui a lista com os endereços e telefones dos CRIE. Caso não exista um na sua cidade, compareça à UBS mais próxima. Os profissionais poderão solicitar ao CRIE do estado ou região o envio da vacina.

HPV4

Esquemas de doses

Para mais informações, acesse os Calendários de vacinação SBIm – Pacientes Especiais (aqui) e o Manual dos CRIE (aqui).

Onde se vacinar

Acesse aqui a lista com os endereços e telefones dos CRIE. Caso não exista um na sua cidade, compareça à UBS mais próxima. Os profissionais poderão solicitar ao CRIE do estado ou região o envio da vacina.

Pólio inativada (VIP)

A vacina pólio inativada (VIP) deve ser usada em todas as doses do esquema, uma vez que vacina pólio oral é contraindicada para transplantados de órgãos sólidos.

Esquema de doses

Onde se vacinar

Acesse aqui a lista com os endereços e telefones dos CRIE. Caso não exista um na sua cidade, compareça à UBS mais próxima. Os profissionais poderão solicitar ao CRIE do estado ou região o envio da vacina.

Tríplice bacteriana (DTPw, DTPa e dTpa) e suas combinações e dupla do tipo adulto (dT)

Previnem coqueluche, tétano, difteria e outras doenças, no caso das combinações. O uso das vacinas acelulares (DTPa, dTpa e suas combinações) é preferível por causar menos reações do que as vacinas de células inteiras (DTPw e DTPw-HB/Hib).

Esquema de doses

Onde se vacinar

Acesse aqui a lista com os endereços e telefones dos CRIE. Caso não exista um na sua cidade, compareça à UBS mais próxima. Os profissionais poderão solicitar ao CRIE do estado ou região o envio da vacina.

Herpes-zóster

A vacina herpes-zóster recombinante (VZR) inativada é especialmente recomendada no pré-transplante de órgão sólido, mesmo para os que já tiveram a doença e/ou foram previamente vacinados com a vacina herpes-zóster atenuada (VZA). O intervalo mínimo entre a administração da VZR e da VZA é de dois meses.

Esquema de doses

Para mais informações, acesse os Calendários de vacinação SBIm – Pacientes Especiais (aqui) e o Manual dos CRIE (aqui).

Onde se vacinar

Vacinas especialmente recomendadas apenas no pré-transplante

As vacinas dessa seção são especialmente recomendadas, mas devem ser aplicadas idealmente até quatro semanas antes do transplante (ou no mínimo 15 dias, se o prazo maior for inviável). Após o transplante, estão contraindicadas.

Febre amarela

Esquema de doses

Onde se vacinar

Acesse aqui a lista com os endereços e telefones dos CRIE. Caso não exista um na sua cidade, compareça à UBS mais próxima. Os profissionais poderão solicitar ao CRIE do estado ou região o envio da vacina.

Tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola)

Esquema de doses

Para mais informações, acesse os Calendários de vacinação SBIm – Pacientes Especiais (aqui) e o Manual dos CRIE (aqui).

Onde se vacinar

Acesse aqui a lista com os endereços e telefones dos CRIE. Caso não exista um na sua cidade, compareça à UBS mais próxima. Os profissionais poderão solicitar ao CRIE do estado ou região o envio da vacina.

Varicela ou tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola, varicela)

Esquemas de doses

Para mais informações, acesse os Calendários de vacinação SBIm – Pacientes Especiais (aqui) e o Manual dos CRIE (aqui).

Onde se vacinar

Acesse aqui a lista com os endereços e telefones dos CRIE. Caso não exista um na sua cidade, compareça à UBS mais próxima. Os profissionais poderão solicitar ao CRIE do estado ou região o envio da vacina.

Outras recomendações

A vacina abaixo está recomendada de rotina, sem restrições. Consulte os calendários de vacinação SBIm para cada faixa etária.

Para esquema de doses e onde se vacinar, acessar calendários de vacinação SBIm para cada faixa etária.

Precauções e contraindicações

Vacinação de contatos domiciliares

A SBIm recomenda que todos os conviventes de transplantados de órgãos sólidos (TOS) e candidatos a transplante devem estar em dia com os calendários de vacinação SBIm para cada faixa etária.

Os contatos domiciliares destes pacientes podem receber nos CRIE as seguintes vacinas: