- 1) A vacina da gripe pode causar gripe?
- Não. Por ser inativada, ou seja, sem vírus vivo, não existe possibilidade de a vacina da gripe causar gripe.
- 2) Quem pode se vacinar gratuitamente?
- Devido ao maior risco de adoecimento e complicações, os seguintes grupos foram considerados prioritários pelo Ministério da Saúde em 2022: pessoas a partir de 60 anos; crianças de 6 meses a menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias); gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto); trabalhadores da saúde; professores; povos indígenas; portadores de determinadas doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais; pessoas com deficiência permanente; forças armadas; caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso, trabalhadores portuários; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas; população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional.
- 3) Não faço parte dos grupos de risco. Posso/devo me vacinar?
- Tanto pode como deve. Mas, se não pertencer aos grupos de risco, precisará recorrer aos serviços privados de vacinação. A SBIm recomenda a vacina para todas as pessoas a partir de seis meses de idade.
- 4) Já tomei vacina de H1N1 ano passado. Estou protegido? Não preciso mais tomar?
- A revacinação anual contra a gripe é fundamental por dois motivos. O primeiro é que a proteção conferida pela vacina cai progressivamente seis meses depois da aplicação. O segundo é a variação dos subtipos de influenza circulantes a cada ano. Como eles mudam com frequência, mesmo que o efeito da vacina durasse mais tempo, ela poderia não proteger contra os vírus do inverno seguinte.
- É importante esclarecer que não há atualmente uma vacina somente contra o H1N1: ele é um dos três ou quatro tipos de vírus influenza contidos nas vacinas disponíveis e, apesar de ter ficado famoso na pandemia de 2009, oferece os mesmos riscos que os demais.
- 5) Posso tomar a vacina mais de uma vez no mesmo ano?
- Na rotina, são indicadas duas doses no mesmo ano apenas para crianças entre 6 meses e 8 anos que nunca se vacinaram (primovacinação) contra o influenza. O intervalo mínimo entre as doses é de um mês.
- Em situação de surtos ou de circulação de vírus influenza fora da temporada da gripe (que ocorre no outono e inverno), uma segunda dose pode ser considerada para os seguintes grupos: idosos, imunodeprimidos e pacientes com algumas doenças crônicas que com doenças crônicas que prejudicam a resposta à vacina e aumentam as chances de quadros graves (diabéticos, pneumopatas, cardiopatas, entre outros). Recomenda-se, nesse caso, intervalo de três meses em relação à dose anual. É importante salientar que a recomendação não é de rotina. Cabendo ao profissional de saúde avaliar e considerar a estratégia.
- 6) A vacina contra a gripe previne o coronavírus?
- Não. A vacina contra a gripe e as pneumocócicas — também citadas em alguns boatos — são extremamente importantes, mas não conferem proteção contra qualquer tipo de coronavírus.
- 7) Qual vacina será utilizada na campanha do Ministério da Saúde em 2022: a trivalente ou a quadrivalente?
- A vacina que será utilizada na Campanha de Vacinação contra a Gripe do Ministério da Saúde será a trivalente, contendo uma cepa A/H1N1, uma cepa A/H3N2 e uma cepa B linhagem Victoria. A vacina quadrivalente estará disponível apenas nos serviços privados de vacinação.
- 8) Qual a diferença entre a vacina trivalente e a vacina quadrivalente?
- A vacina quadrivalente tem as duas linhagens do vírus influenza B (Victoria e Yamagata), ao passo que a trivalente só tem uma. Dois aspectos tornam essa proteção adicional especialmente importante:
- A cocirculação das duas linhagens de influenza B em uma mesma estação, observada em todo o mundo, inclusive no Brasil, desde 2000.
- O histórico de a linhagem de influenza B contida na vacina trivalente não tem sido a predominante em 50% das temporadas de gripe.
- 9) Indivíduos que receberam uma dose de trivalente neste ano podem receber outra dose com a quadrivalente para ampliar a proteção?
- Embora não seja a recomendação, não há problemas em se aplicar uma dose extra de quadrivalente na mesma temporada.
- 10) A vacina quadrivalente causa mais reações adversas que a trivalente?
- Os estudos com as vacinas quadrivalentes licenciadas no Brasil não demonstraram maior incidência de eventos adversos no comparativo com a vacina trivalente. O perfil de segurança é o mesmo.
- 11) Quais as diferenças entre as vacinas quadrivalentes licenciadas no Brasil?
- Os laboratórios que trouxeram para o Brasil as vacinas quadrivalentes em apresentação monodose tiveram aprovação de registro com mesmo volume de dose (0,5ml) para todas as pessoas a partir de 6 meses de idade. Não há diferenças significativas entre as vacinas na resposta imune, eficácia ou na reatogenicidade.
- 12) As vacinas influenza podem ser aplicadas simultaneamente ou em qualquer intervalo com outras vacinas, inclusive as vacinas covid-19?
- Podem, com exceção da vacina covid-19 em crianças até 11 anos de idade, para a qual é recomendado um intervalo de 15 dias.
- 13) Quanto tempo após ter tido covid-19 poderá ser aplicada a vacina influenza?
- É necessário aguardar o completo restabelecimento, a ausência de sintomas, e o fim do período de isolamento imposto para pacientes com a doença.
- 14) Pacientes alérgicos ao ovo de galinha podem ser vacinados?
- Sim. Reações alérgicas a ovo, mesmo quando graves, como a anafilaxia, não são mais consideradas contraindicação para o uso da vacina influenza. Em geral, essas pessoas não apresentam risco maior de eventos alérgicos ao serem vacinadas. Não é indicado realizar teste alimentar prévio com ovo no lactente ou em qualquer outra idade para decidir sobre uso da vacina.
- 15) As vacinas influenza podem ser utilizadas na gestação?
- Sim, gestantes constituem grupo prioritário para a vacinação pelo maior risco de desenvolverem complicações, pela transferência de anticorpos ao bebê e para a prevenção de transmissão da mãe para o bebê após o nascimento.
- 16) Como vou proteger meu bebê que acabou de nascer e só pode receber a vacina da gripe aos 6 meses de vida?
- Os bebês que nascem de mães vacinadas durante a gestação herdam anticorpos que permanecem por alguns meses após o nascimento (conheça todas as vacinas indicadas aqui). Mas, se a mãe não se vacinou na gravidez, ainda pode transferir seus agentes protetores pelo leite materno após se vacinar. Lembramos que a vacina também está disponível na Campanha para mulheres no puerpério (até 45 dias após o parto).
- As demais pessoas que mantêm contato frequente com o bebê — mães após o puerpério, pais, irmãos, avós e babás, por exemplo — também devem estar em dia com a vacinação contra a gripe e outras doenças infectocontagiosas, para reduzir os riscos de transmissão ao recém-nascido.
- 17) Crianças que vão receber pela primeira vez a vacina influenza (primovacinação) podem fazer a primeira dose com a trivalente e a segunda com quadrivalente?
- Não há estudos de intercambialidade com as diferentes vacinas influenza (tri e quadrivalente), porém não há plausibilidade biológica para supor que haveria algum problema com este esquema.
- 18) Podem ser usadas vacinas de laboratórios diferentes na primovacinação?
- Sempre que possível, o esquema deve ser feito com a vacina do mesmo fabricante. No entanto, em caso de falta ou ausência de informações sobre a vacina aplicada na primeira dose, qualquer vacina influenza (tri ou quadrivalente) pode ser utilizada.
- 19) Para crianças que receberam somente uma dose na primovacinação, quantas doses deverão ser aplicadas neste ano?
- No caso de crianças que receberam somente uma dose na primovacinação, a SBIm recomenda administrar duas doses na temporada posterior, com intervalo de 30 dias entre elas. Nessa mesma situação, o PNI indica apenas uma dose.
- 20) Crianças que receberam duas doses da vacina trivalente na temporada anterior deverão receber duas doses da quadrivalente este ano?
- O esquema de duas doses é válido para crianças entre 6 meses e menores de 9 anos que recebem a vacina influenza pela primeira vez (primovacinação). Nos anos seguintes, é necessária somente uma dose. Essa regra vale tanto para as vacinas quadrivalentes como para as trivalentes.
- 21) Por que a vacina demora a chegar?
- A composição da vacina que previne a gripe precisa ser revisada a cada ano, de acordo com os tipos de vírus da influenza que mais circularam nos hemisférios Norte e Sul. Em setembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) — responsável pela tarefa — define a fórmula para o Hemisfério Sul e a comunica aos fabricantes das vacinas.
- A partir daí, tem início a produção, que leva cerca de seis meses. Como no Brasil o inverno começa em junho, a previsão é a de que a vacina esteja disponível entre março e abril. Dessa forma, as pessoas podem ser imunizadas antes dos meses de maior circulação dos vírus.
- 22) Cheguei de viagem dos Estados Unidos, onde me vacinei contra a gripe. Ainda preciso tomar a vacina no Brasil?
- Sim. A vacina usada nos Estados Unidos tem formulação específica para o Hemisfério Norte, ou seja, pode não conter os tipos de vírus que irão circular no Brasil.
- 23) Posso tomar logo Oseltamivir (Tamiflu®) caso fique gripado?
- O Oseltamivir (Tamiflu®) é usado para tratamento da infecção pelos vírus da influenza, principalmente nos casos em que há fatores de risco para complicações decorrentes da gripe e para pessoas com diagnóstico de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), portanto, sua indicação requer avaliação médica, já que o uso indiscriminado desse medicamento pode gerar problemas futuros. É importante procurar o profissional nas primeiras 48 horas a partir do início dos sintomas.
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