A doença
Causada pelo Mycobacterium tuberculosis, é o tipo mais grave de tuberculose e geralmente uma complicação da forma pulmonar da enfermidade. Costuma acontecer nos primeiros seis meses após o contágio e evolui lentamente, sem aparentar gravidade. As manifestações podem ser divididas em três estágios:
- Primeiro: sintomas inespecíficos, como febre, dores musculares, sonolência, apatia, irritabilidade, dor de cabeça, perda de apetite, vômitos, dor abdominal e mudanças súbitas do humor. Dura de uma a duas semanas.
- Segundo: permanecem os sintomas do estágio anterior e surgem sinais neurológicos, como dificuldades motoras (do movimento), estrabismo, queda da pálpebra, dor de cabeça incontrolável, tremores, distúrbios da fala e movimentos anormais das extremidades (pés e mãos).
- Terceiro: os sintomas neurológicos se agravam e são acompanhados por rigidez na nuca, alterações do ritmo cardíaco e da respiração, e graus variados de perturbação da consciência, incluindo o coma. Também pode ocorrer a condição conhecida como opistótono, caracterizada por uma distensão e contração musculares graves que levam a cabeça, o pescoço e a coluna vertebral a formarem uma posição em arco côncavo para trás.
Infelizmente, a maioria dos casos de meningite tuberculosa só é diagnosticada nos estágios avançados, o que leva a alta letalidade e ao desenvolvimento de sequelas. São exemplos o aumento do perímetro da cabeça, retardamento mental, contração muscular grave e aumento exagerado do tônus muscular.
Transmissão
A principal fonte de transmissão são os chamados “bacilíferos”, pessoas com tuberculose pulmonar que possuem o bacilo da tuberculose ativo no escarro. Elas são capazes de transmitir grande quantidade de bactéria pela tosse, o que aumenta a probabilidade de os infectados desenvolverem formas graves da doença, como a meningite. Se não forem “bacilíferos”, os indivíduos com meningite tuberculosa não transmitem a enfermidade.
Epidemiologia
A incidência de todas as formas de tuberculose tem estreita relação com as condições socioeconômicas: quanto piores forem, mais frequente é a doença. Todos os anos, no Brasil, são diagnosticados mais de 70 mil novos casos e 4 mil mortes por tuberculose, das quais cerca de 20% se devem a apresentações não pulmonares. A meningite tuberculosa corresponde a 5% das formas não pulmonares.
O risco de adoecimento é mais elevado nos primeiros anos de vida, embora a enfermidade seja pouco comum em menores de 6 meses. A frequência de casos cai na idade escolar, mas volta a se elevar na adolescência e no início da idade adulta. Idosos e indivíduos que convivem com HIV/Aids estão mais propensos à infecção.
A incidência de meningite tuberculosa é um importante indicador de saúde de uma população, uma vez que está relacionada à tuberculose respiratória e indica baixa coberturas vacinais com a vacina BCG.
Prevenção
A principal forma de prevenir a meningite tuberculosa é a vacinação de rotina com a BCG, especialmente porque o risco de adoecimento é maior no primeiro ano de vida. A detecção e o tratamento precoce são extremamente importantes para minimizar o risco de o quadro se agravar.
Vacinas disponíveis
Saiba mais:
- http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/tuberculose (Acessado em 20/05/2019)
- http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/marco/22/2019-009.pdf (Acessado em 20/05/2019)