Responsável por infecções nos pulmões e ouvidos, por meningite e infecções do sangue (bacteremia e sepsis), a doença pneumocócica é prevenível por vacina. Ela é mais comum no inverno e, frequentemente, se associa à gripe, agravando o quadro. A doença pneumocócica é provocada pela bactéria pneumococo (Streptococcus pneumoniae), causa mais comum de doenças graves em crianças menores de 5 anos — posto que era ocupado por outra bactéria, a Haemophilus influenzae tipo b (Hib), fortemente combatida com a vacinação.

Muitas vezes se fala de “doença pneumocócica invasiva”. Isso quer dizer que a bactéria invadiu partes do corpo geralmente livres de microrganismos, como a corrente sanguínea (bacteremia) e os tecidos e fluidos que rodeiam o cérebro e medula espinhal (meningite). Quando isso acontece, é geralmente muito grave, provoca hospitalização e até a morte.

Qualquer pessoa pode ter doença pneumocócica, mas a idade e certas condições clínicas são os principais fatores de risco. Crianças menores de 5 anos (mais ainda as menores de 2 anos), idosos e pessoas com doenças como Aids, anemia falciforme, diabetes; asplenia (por retirada cirúrgica do baço ou por doenças que afetam o funcionamento desse órgão); ou com doença do coração ou do pulmão são mais vulneráveis a adoecerem de forma grave e até fatal. Também são fatores de risco locais onde há aglomeração de pessoas, pobreza, exposição ao tabaco e infecções respiratórias concomitantes.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença pneumocócica matou mais de 808 000 crianças com menos de 5 anos em 2017, o que representa 15% de todas as mortes de crianças nessa faixa etária em todo o mundo. É também a maior causa de mortalidade infantil por doença prevenível por vacinas. Entre adultos a partir dos 50 anos — principalmente a partir dos 60 anos — e entre pessoas com problemas de saúde pré-existentes com problemas de saúde pré-existentes, a pneumonia pneumocócica também é uma das principais causas de internação e morte.

O Streptococcus pneumoniae é o agente infeccioso que mais comumente causa pneumonia bacteriana em crianças e adultos.

De acordo com a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), a pneumonia e a meningite são responsáveis, respectivamente, por 81% e 12% das mortes por infecção pneumocócica. Nas Américas, anualmente, há 1,2 milhões de casos de meningite bacteriana, dos quais 180 mil levam à morte.

O risco de morte por meningite meningocócica no Brasil é alto: cerca de 30% dos pacientes que desenvolvem essa forma de doença invasiva, principalmente crianças e idosos, morrem.

Fonte do gráfico: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2021/boletim-epidemiologico-25_svs.pdf

Transmissão:

Ocorre por meio de gotículas de saliva ou secreções. Ambientes fechados ou com aglomeração de pessoas facilitam a disseminação da bactéria.

Prevenção:

A forma mais segura e eficiente de prevenir a doença é a vacinação. Existem dois tipos de vacinas (conjugadas e polissacarídica), com indicações e esquema de doses bem precisos. A vacinação de rotina está indicada apenas para as crianças com até 5 anos e adultos a partir dos 60, mas pessoas de qualquer idade que apresentem maior risco para a doença pneumocócica também precisam se vacinar.

Diante deste cenário, a vacinação de rotina com a vacina pneumocócica 10-valente foi iniciada pelo Ministério da Saúde (MS) em 2010 e hoje está disponível para todas as crianças entre 2 meses e menores de 5 anos de idade. Com pouco tempo, o excelente resultado da vacinação em massa foi percebido, com expressivas reduções tanto na incidência como na mortalidade pela doença pneumocócica.

Saiba mais:

Vacinas disponíveis:

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