O que previne
Doença diarreica causada por rotavírus.
Do que é feita
A vacina oral monovalente (VRH1) contém um tipo de rotavírus vivo “enfraquecido”, além de sacarose, adipatodissódico, meio Eagle modificado Dulbecco (DMEM) e água estéril.
A vacina oral atenuada pentavalente (VRH5) é composta por cinco tipos de rotavírus vivos “enfraquecidos”, sacarose, citrato de sódio, fosfato de sódio monobásico monoidratado, hidróxido de sódio, polissorbato 80, meios de cultura e traços de soro fetal bovino.
Indicação
Bebês a partir de 6 semanas de idade, para prevenção de gastroenterite causada por rotavírus.
Contraindicações
Crianças fora da faixa etária determinada pelo Ministério da Saúde para cada dose do esquema; com deficiências imunológicas por doença ou uso de medicamentos imunossupressores; com alergia grave (urticária disseminada, dificuldade respiratória e choque anafilático) provocada por algum dos componentes da vacina ou por dose anterior da mesma; e crianças com doença do aparelho gastrintestinal ou história prévia de invaginação intestinal.
Esquema de doses
- VRH1 – Para crianças a partir de 6 semanas de idade: em duas doses, com intervalo mínimo de quatro semanas. Esquema para a rotina: 2 e 4 meses de idade;
- VRH5 – Para crianças a partir de 6 semanas de idade: três doses, com intervalo mínimo de quatro semanas. Esquema para a rotina: 2, 4 e 6 meses de idade;
- Ambas as vacinas — Em caso de atraso, a primeira dose de qualquer vacina rotavírus pode ser aplicada até antes de a criança completar 12 meses de idade (11 meses e 29 dias). A última (segunda dose, para a vacina monovalente - VRH1 - e terceira dose, para a vacina pentavalente – VRH5) pode ser administrada até antes dos 24 meses de idade (23 meses e 29 dias).
Intercambialidade
Não existem dados sobre intercambialidade entre as duas vacinas. Por esse motivo, a SBIm orienta a completar o esquema com o mesmo produto, sempre que possível. Caso a vacina utilizada na primeira dose estiver em falta ou não houver informação sobre a vacina administrada anteriormente, a vacinação não deve ser adiada. É recomendado continuar ou completar a série com a vacina disponível, pois não há razão teórica que justifique o aumento de eventos adversos ou a redução de eficácia devido ao uso de produtos diferentes.
Caso a VRH5 tenha sido utilizada em qualquer dose ou a vacina administrada for desconhecida, devem ser aplicadas três doses de vacina rotavírus, respeitando o intervalo mínimo de quatro semanas entre elas.
Não há recomendação para complementar a vacinação das crianças que encerraram o esquema da monovalente com a vacina pentavalente.
Via de aplicação
Oral.
Se a administração oral não for possível, a vacina pode ser administrada por sonda de alimentação. O tubo deve ser colocado adequadamente e lavado antes e após o procedimento. Em situações como essa, é preciso avaliar o motivo pelo qual o lactente precisa de tubo para a alimentação. A vacina rotavírus é contraindicada para lactentes com malformação gastrointestinal não corrigida que predisponha à intussuscepção.
Cuidados antes, durante e após a vacinação
- Adiar a vacinação em bebês com febre moderada a alta ou diarreia intensa, até que ocorra a melhora desses sintomas. Não há problema se a febre for baixa ou a diarreia de leve intensidade, sem provocar desidratação.
- Bebês de mães portadoras do vírus HIV podem ser vacinados se não tiverem sinais de deficiência imunológica.
- Não há problema em vacinar bebês que convivem com pessoas com deficiência imunológica.
- Não é preciso dar outra dose se o bebê golfar, regurgitar ou vomitar após tomar a vacina.
- Não há recomendação para cuidados especiais com as fraldas após a vacinação, além da habitual lavagem adequada das mãos.
- Sintomas de eventos adversos graves ou persistentes, que se prolongam por mais de 24 a 72 horas (dependendo do sintoma), devem ser investigados para verificação de outras causas.
- Eventos adversos inesperados ou graves devem ser notificados.
Efeitos e eventos adversos
- VRH1 – Entre 2008 e 2010, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) colaborou com um estudo da vacina, no México e no Brasil. Em nosso país, verificou-se um pequeno aumento no risco de invaginação, na primeira semana após a segunda dose da vacina. Entre 2006 e 2012, no Brasil, 6,1 milhões de doses foram aplicadas, com apenas oito registros de casos de invaginação. A ocorrência é muito menor que o risco de hospitalização ou óbito decorrente de gastrenterite causada por rotavírus;
- VRH5 – Sintomas de gastrenterite ocorrem em menos de 10% dos vacinados. Nos Estados Unidos, de 2006 e 2012, foram aplicadas 47 milhões de doses da vacina. Nesse período, ocorreram 584 casos de invaginação entre três e seis dias após a primeira dose da vacina. Esse total é muito próximo da quantidade esperada em crianças não vacinadas, o que demonstra que o risco oferecido pela vacina é pequeno.
Onde pode ser encontrada
- VRH1 – Nas Unidades Básicas de Saúde.
- VRH5 – Nos serviços privados de vacinação