A doença

A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. O problema pode ser causado por diversos agentes, a exemplo dos vírus, que geralmente levam a quadros menos graves, e das bactérias. A meningite bacteriana mais frequente no Brasil é a meningocócica, causada pelos meningococos (Neisseria meningitidis). Extremamente perigosa, mata de 20% a 30% das pessoas que adoecem. Dos sobreviventes, de 10% a 20% ficam com alguma sequela, como surdez, amputação de membros ou comprometimentos neurológicos.

Os sintomas iniciais são semelhantes ao de diversas enfermidades, o que torna o diagnóstico difícil. Entre eles estão febre alta, dor de cabeça, importante queda do estado geral, náusea, vômito e aumento da sensibilidade à luz (fotofobia). Há, no entanto, alguns sinais que fortalecem a suspeita de que o quadro é de meningite meningocócica: rigidez do pescoço e da nuca — que podem não estar presentes, sobretudo em lactentes (crianças com até 2 anos) — e petéquias (manchas marrom-arroxeadas provenientes de pequenos sangramentos dos vasos da pele).

O tratamento com antibióticos e outras medidas de preservação do organismo deve ser iniciado assim que houver a suspeita, o mais rápido possível, antes mesmo da confirmação laboratorial. Isso porque a doença é capaz de evoluir rapidamente e pode matar poucas horas após o paciente apresentar os primeiros sintomas.

Transmissão

A transmissão se dá de pessoa para pessoa, por meio de gotículas e secreções que saem do nariz e da garganta quando os infectados falam, tossem ou espirram. A transmissibilidade persiste até que o meningococo desapareça da nasofaringe, em geral após 24 horas de antibioticoterapia. Aproximadamente 10% da população pode ser portadora assintomática da bactéria e transmiti-la sem saber, principalmente adolescentes e adultos jovens.         

Epidemiologia

Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2018, foram registradas 1.072 ocorrências de doença meningocócica no Brasil e 218 mortes. Em 2017, no mesmo período, foram 1.138 e 266, respectivamente. A enfermidade é mais comum durante o outono e inverno, mas pode ocorrer em qualquer época do ano.

Prevenção

A vacinação contra os meningococos C (disponível na rede pública), ACWY e B são a melhor forma de evitar o problema. É importante destacar que a vacinação faz parte do calendário de rotina de crianças e adolescentes. Não se deve esperar acontecerem casos para buscar a prevenção.. Como o período de incubação da bactéria é muito curto, não há tempo suficiente para a vacina proteger após a exposição.

A administração preventiva de antibióticos está indicada para contatos próximos de paciente com meningite meningocócica. A equipe médica que acompanha o caso, junto com a vigilância epidemiológica local, são os responsáveis por orientar e recomendar os medicamentos.

Vacinas disponíveis

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