Ferimentos (risco de tétano), acidentes que envolvam sangue potencialmente contaminado (hepatite B) e outras situações podem exigir a proteção rápida da pessoa imunodeprimida que não pôde se vacinar ou cujo grau de proteção conferido por vacinação anterior seja incerto. Nesses casos, a opção é a administração de anticorpos prontos (imunoglobulinas), método chamado de “imunização passiva artificial”, que agem mais rápido do que as vacinas.

A imunização passiva artificial pode ser heteróloga (soros), feita a partir da transfusão de anticorpos obtidos do plasma de animais previamente vacinados (em geral, cavalos); ou homóloga, a partir de anticorpos obtidos do plasma de seres humanos (imunoglobulinas).

O segundo método é o mais seguro. Enquanto reações de hipersensibilidade (alergias) às imunoglobulinas humanas são pouco frequentes, cerca de uma a cada 40 mil pessoas que recebem soro apresenta reações importantes, entre elas a anafilaxia e a doença do soro.

As imunoglobulinas humanas podem ser divididas em dois tipos:

  • Padrão (standard) — Incluem anticorpos contra mais de uma doença. Como a concentração de anticorpos específicos é menor, é usada, na prática, em poucas situações — entre elas, a prevenção do sarampo e da hepatite A.
  • Específicas — Compostas por maiores concentrações de anticorpos especificamente direcionados contra um microrganismo ou toxina. São exemplos de imunoglobulinas humanas específicas: tétano, hepatite B, raiva e varicela (catapora).

Todas estas imunoglobulinas são constituídas basicamente por IgG. A duração da proteção é variável, mas a média é de 21 a 28 dias.

A imunização ativa (vacinação) e a passiva (imunoglobulina) podem ser indicadas de forma simultânea para algumas situações de alto risco: recém-nascidos de mães com hepatite B, possibilidade de infecção por raiva ou acidente de indivíduos não vacinados com material potencialmente contaminado pela bactéria que causa o tétano.

É importante destacar que a imunização passiva pode prejudicar a eficácia de vacinas vivas atenuadas, às vezes durante muitos meses. Por isso, após o procedimento, é necessário respeitar intervalos mínimos para a aplicação deste tipo de vacina. Saiba mais aqui.

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