Pessoas com cardiopatia e/ou pneumopatia crônicas

Por que o cuidado especial?

A vacinação de pessoas com doenças pulmonares ou cardíacas crônicas é extremamente importante, na medida em que as infecções tendem a ser mais graves e podem descompensar ou agravar a doença de base. Vírus e bactérias respiratórios, como os que causam a gripe e a pneumonia, estão entre os que demandam atenção. Confira algumas informações:

Influenza (gripe)
No Brasil, cerca de 70% das mortes por influenza (gripe) ocorrem em indivíduos pertencentes aos grupos de risco. Desses, entre 20 e 30% têm doença cardiovascular ou pulmonar crônica. Além disso, estudos demonstram que o vírus influenza aumenta as chances de infarto do miocárdio.
Pneumonia pneumocócica
Causadas pela bactéria pneumococo, a pneumonia e as doenças pneumocócicas invasivas (como meningite ou infecção generalizada/septicemia) – formas mais graves da infecção e que frequentemente levam à hospitalização ou à morte – são fontes de importante preocupação. O risco de doença invasiva é sete vezes maior entre pessoas com enfermidades crônicas no pulmão e dez vezes maior entre pessoas com enfermidades crônicas no coração.
Coqueluche
Embora o risco de contrair a doença não seja maior, como no caso de outras infecções respiratórias, a coqueluche tem mais chance de evoluir com gravidade ou causar complicações das doenças de base pulmonares e cardíacas.
Herpes-zóster
A probabilidade de acidentes cardiovasculares é elevada nos meses seguintes ao desenvolvimento de herpes-zóster (HZ), também conhecido como “cobreiro”. A vacinação de adultos acima de 50 anos contribui para evitar a HZ e suas complicações.

Vacinas especialmente recomendadas

As recomendações a seguir destinam-se a pessoas com pneumopatia ou cardiopatia crônicas sem imunodepressão ou outras doenças crônicas. Na presença de condições adicionais, principalmente as associadas à imunodepressão, ou caso seja candidato a transplante ou transplantado, consulte os calendários de vacinação específicos para o seu estado clínico, também na seção Vacinação de pacientes especiais.

Influenza (gripe)

A vacina influenza quadrivalente (4V) é preferível à vacina influenza trivalente (3V) por proteger contra mais tipos do vírus responsável pela doença. Na impossibilidade de uso da vacina 4V, utilizar a vacina 3V.

Esquema de doses

  • Para crianças que iniciam a vacinação entre 6 meses e 8 anos de idade: duas doses, com intervalo de 30 dias, e uma dose anual nos anos seguintes;
  • A partir de 9 anos: uma dose anual;
  • Observações:
    • Devido à resposta imunológica inferior e menos duradoura conferida pelas vacinas influenza a idosos e pacientes imunodeprimidos, a administração de uma dose extra a partir de três meses após a dose anual pode ser considerada em situação epidemiológica de risco;
    • Para pacientes a partir de 60 anos, avaliar a utilização da vacina influenza quadrivalente com mais altas doses de antígenos (“high dose” - 4VHD), que permite maior proteção.

Onde se vacinar

  • Vacina influenza trivalente (3V): UBS, CRIE e serviços privados de vacinação;
  • Vacina influenza quadrivalente (4V): serviços privados de vacinação;
  • Vacina influenza quadrivalente “high dose“ (4VHD): serviços privados de vacinação.

Vacinas pneumocócicas conjugadas (VPC10 e VPC13) e polissacarídica (VPP23)

Para a proteção adequada de pessoas com cardiopatia e/ou pneumopatia crônicas, recomenda-se o esquema com dois tipos de vacinas pneumocócicas, complementares e não excludentes (esquema sequencial): iniciando com uma vacina conjugada (VPC10 ou VPC13), seguida da vacina polissacarídica (VPP23).

A SBIm recomenda o uso preferencial da VPC13 para ampliar a proteção para mais três sorotipos adicionais, principalmente em pessoas de alto risco para doença pneumocócica invasiva, como cardiopatas e pneumopatas crônicos. Nas UBS e nos CRIE, a VPC10 é a vacina utilizada na rotina para crianças menores de 5 anos de idade, incluindo aquelas com comorbidades. A vacina VPC13 não é oferecida pelo sistema público para esses pacientes.

A VPP23 está recomendada somente a partir dos 2 anos de idade, sempre em esquema complementar com as vacinas VPC10 ou VPC13.

Esquema de doses

O esquema depende da idade de início da vacinação.

Nas UBS e nos CRIE

  • Até completar 6 meses: três doses de VPC10, com intervalo de dois meses, e reforço no segundo ano de vida (esquema 3 + 1). As duas primeiras doses são oferecidas nas UBS, aos 2 e 4 meses, e a terceira nos CRIE, aos 6 meses, podendo ser feita até 11 meses e 29 dias. Uma dose de VPP23 deve ser administrada a partir dos 2 anos e uma segunda dose cinco anos após a primeira;
  • Entre 7 e 11 meses: duas doses de VPC10, com intervalo de dois meses, e reforço no segundo ano de vida (esquema 2 + 1). Uma dose de VPP23 a partir dos 2 anos e uma segunda dose cinco anos depois;
  • Entre 12 e 23 meses:  duas doses de VPC10, com intervalo de dois meses, e uma dose de VPP23 dois meses depois. Uma segunda dose de VPP23 deve ser administrada cinco anos após a primeira;
  • Entre 2 e 4 anos de idade: uma dose de VPC10 e uma dose de VPP23 dois meses depois. Uma segunda dose de VPP23 deve ser administrada cinco anos após a primeira;
  • A partir de 5 anos de idade: duas doses de VPP23, com cinco anos de intervalo.

Recomendações da SBIm

A SBIm recomenda para os cardiopatas e pneumopatas crônicos a vacinação com VPC13 em todas as faixas etárias, mesmo para os que estão em dia com o calendário da VPC10.  O número de doses e os intervalos dependem da idade de início da vacinação:

  • Até 6 meses: três doses de VPC13, com intervalo de dois meses, e reforço no segundo ano de vida (esquema 3 + 1). Uma dose de VPP23 a partir dos 2 anos e uma segunda dose cinco anos depois;
  • Entre 7 e 11 meses: duas doses de VPC13, com intervalo de dois meses, e reforço no segundo ano de vida (esquema 2 + 1). Uma dose de VPP23 a partir dos 2 anos e uma segunda dose cinco anos depois;
  • Entre 12 e 23 meses: duas doses de VPC13, com intervalo de dois meses, e uma dose de VPP23 dois meses depois. Uma segunda dose de VPP23 deve ser aplicada cinco anos após a primeira;
  • A partir de 2 anos de idade não vacinados anteriormente: uma dose de VPC13 e uma dose de VPP23 dois meses depois. Uma segunda dose de VPP23 deve ser administrada cinco anos após a primeira;
  • A partir de 2 anos de idade já vacinados anteriormente com vacinas conjugadas (VPC10 ou VPC13): respeitar intervalo mínimo de dois meses em relação à última dose da vacina conjugada e aplicar a VPP23. Uma segunda dose deve ser aplicada cinco anos depois;
  • Uma terceira dose de VPP23 é recomendada para pessoas a partir de 60 anos que tenham recebido a segunda dose antes desta idade;
  • Observações:
    • Aqueles que iniciaram esquema com a VPP23 devem receber uma dose de VPC13, 12 meses após a VPP23.

Para mais informações, acesse os Calendários de vacinação SBIm - Pacientes Especiais (aqui) e o Manual dos CRIE (aqui).

Onde se vacinar

  • VPC10:
    • UBS e/ou CRIE: para menores de 5 anos de idade. As UBS oferecem duas doses da vacina. Caso o esquema recomendado seja de três doses, a terceira deverá ser aplicada nos CRIE.
  • VPC13:
    • Serviços privados de vacinação.
  • VPP23:
    • CRIE: duas doses;

Acesse aqui a lista com os endereços e telefones dos CRIE. Caso não exista um na sua cidade, compareça à UBS mais próxima. Os profissionais poderão solicitar ao CRIE do estado ou região o envio da vacina.

Tríplice bacteriana (DTPw, DTPa e dTpa) e suas combinações e dupla do tipo adulto (dT)

Previnem coqueluche, tétano, difteria e, no caso das combinações, outras doenças. O uso das vacinas acelulares (DTPa, dTpa e suas combinações) é preferível por causar menos reações do que as vacinas de células inteiras (DTPw e DTPw-HB/Hib).

Esquema de doses

Onde se vacinar

Acesse aqui a lista com os endereços e telefones dos CRIE. Caso não exista um na sua cidade, compareça à UBS mais próxima. Os profissionais poderão solicitar ao CRIE do estado ou região o envio da vacina.

Herpes-zóster

A vacina herpes-zóster recombinante (VZR) inativada é especialmente recomendada para cardiopatas e pneumopatas crônicos a partir de 50 anos de idade — especialmente àqueles com risco aumentado de distúrbios cardiovasculares. A indicação é válida mesmo para quem já teve a doença e/ou foi previamente vacinado com a vacina herpes-zóster atenuada (VZA). O intervalo mínimo entre a administração da VZR e da VZA é de dois meses.

Esquema de doses

  • Duas doses, com intervalo de dois meses.

Para mais informações, acesse os Calendários de vacinação SBIm - Pacientes Especiais (aqui).

Onde se vacinar

  • Serviços privados de vacinação.

Outras recomendações

As vacinas abaixo estão recomendadas de rotina. Para esquema de doses e onde se vacinar, consulte calendários SBIm de vacinação SBIm para cada faixa etária.

Em caso de transplante de pulmão ou coração, ver Calendário de vacinação SBIm para candidatos a transplante de órgãos sólidos ou transplantados.

Vacinacão de contatos domiciliares

A SBIm recomenda que todos os contatos domiciliares de pessoas com doenças crônicas do coração e/ou pulmão estejam em dia com os calendários de vacinação SBIm para cada faixa etária.

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